sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

História Inacabada...

Kywsy e Larissa
Em 26.11.2009

O vento soprava forte no asfalto fazendo subir redemoinhos de poeira. A velha crequelenta permanecia sentada do outro lado da rua, usando a banca do bicho como disfarce para espionar cada detalhe dos retalhos de vida que apareciam e desapareciam a cada instante na encruzilhada 16.
Monique suspirou... Percebera agora o quanto a sua vida havia passado sem que houvesse feito algo de que gostasse. Culpa do medo, pensava ela, sua timidez extrema a havia impedido de viver, de arriscar. Essa foi a primeira vez que ela sentiu o vento acariciar sua face, agora cheia de marcas de uma vida cansativa. Antes ela tinha tantas preocupações fúteis sobre como fugir da realidade que nunca havia se deixado tocar pelo que a cercava. Nenhum amor de verdade, nenhuma amizade verdadeira... Ah, Fernando... Ele sim foi real, ele ainda conseguia faze-la suspirar mesmo depois de tantos, mesmo depois de tudo que aconteceu.
O medo, culpa do medo, pensou novamente com um suspiro maior...
O táxi chegou, interrompendo os seus pensamentos. Monique pegou a mala, parou por um instante para verificar se havia esquecido algo importante no balcão, nada... Monique pegou a mala e partiu.

A cena já havia se passado mil vezes na sua cabeça: ela, finalmente, teria coragem suficiente para pegar sua mala e partir – abandonar tudo, deixar tudo para trás e ir em busca de um futuro novo, desconhecido. Fazer novos amigos, ver novas paisagens, novos modos de enxergar o mundo, talvez, em algum lugar, as pessoas se parecessem mais com ela e ela se sentiria finalmente em casa, acolhida, aceita.
Talvez encontrasse... alguém.
Não, não... Estava novamente depositando a sua felicidade nas mãos do outro, esperando que um ser mágico apareça e resolva com um gesto sensual tudo que ela levou anos para estragar perfeitamente e, assim, curada de si, seriam “felizes para sempre”, simples assim, felizes para sempre...
Que lixo! Se sua vida dependesse de sua criatividade, estaria perdida! O táxi ainda nem havia chegado no aeroporto e ela já estava assim, perdida nesse conto de fadas amaldiçoado dos infernos...
(continua)...

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