quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quando nada é mais



Obrigada... Antes de mais nada eu preciso dizer: "Obrigada!" E explicar que não há nada de irônico nesse agradecimento urgente, desesperado e fora de contexto. Nenhum cinismo, nenhuma vontade de pensar o quanto tudo poderia ser... diferente. É só o tempo, passando muito rápido, as incertezas que se acumulam e passam sem respostas e a tua imagem... a tua presença... que não me sugere nenhum reencontro. A certeza de uma presença fugaz é a razão da minha pressa... a pressa... a presa... a caça... o risco... a história.... tudo que ficou de fora no recorte de nosso encontro, tudo que não faz falta se o encontro for possível. Que mundo é esse?! Mundo que existe a partir do nada, do zero, do esquecimento voluntário de todo o resto? Não sei. Sei de uma paz profunda... E uma sensação de que ninguém mais, além de mim, compreenderia. Eu te agradeço essa paz. 

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Chão de Estrelas


 Nós éramos pequenos, ou nos sentíamos assim, aquela coisa de não ter que se preocupar com nada, ou quase nada. O mundo da fantasia era perfeitamente acessível e nós o vivíamos com intensidade e fervor. Acreditar é o resultado óbvio dessa vivência, dessa tradição de proteção da infância. Seu legado é uma certeza implícita de que tudo vai dar certo e de que o outro é essencialmente bom. Acho que a primeira infância é que conta, se você puder vivê-la bem, se sentir amado e protegido dentro dela, você vai ser uma dessas pessoas que acredita, que tem acesso à possibilidade de um bem maior, uma pessoa com uma bandeira de fé. Hoje, tempos de paz, tempo presente, instante agora. E agora, supondo que eu cresci, desejo que a bandeira dos nossos lençóis saciados inunde o mundo dessa certeza de bondade e paraíso.