quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Papel dos Relacionamentos

por Kywsy Santos

Li o livro de Paulo Coelho, "Ás Margens do Rio Pietra Eu Sentei e Chorei". Li tão rápido que fiz chorar de ciúmes minhas apostilas rasuradas. Depois chorei uma tarde inteira longe desse calhamaço de papéis que, ao longo dos anos, têm se tornado a minha mais terna companhia. Indiferentes às minhas preocupações ecológicas, pilhas e pilhas de papel têm ocupado papéis e espaços relevantes em minha vida.

Com eles me relaciono dia e noite, não com meus vizinhos, colegas ou amigos, apenas com eles. Mesmo a família, única a desafiar este exílio, é constantemente submetida à tirania dessa relação. E se alguém, ou algum evento, teima em requisitar minha estimada companhia, sempre haverá um papel e com ele uma obrigação inadiável que justifica plenamente a minha reclusão.

Em meu quarto, em minha cama de casal, me acostumei a dormir num espaço apertado como um colchonete. Ao meu lado, apostilas, agendas, cadernos, livros, revistas, e outras publicações ocupam o lugar sagrado da minha cara metade. Sabe, acho que descobri um dos meus escudos. No caminho pra libertar esse meu coração "Maluquiiiinho", a boa notícia é que um escudo de papel não vai resistir a uma boa chuva... E o inverno está só começando.

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