Não era o tempo que pedia uma resposta, não era a vida, ou qualquer parte objetiva de um dos seus caminhos, era mesmo uma angústia sem jeito que chegava sem hora marcada mas, cujas marcas, de tão iguais e ritmadas, já careciam de um nome próprio que as revelasse - vida e intenção que eram - e que as pudesse definir como um único ser, se não criado, ao menos previsto naquele momento primeiro em que o amor pariu o mundo. Era, ou podia ser, presença: um "sem nome" profundo, preciso e denso que desafiava as engrenagens carcomidas do cérebro a procurar no meio do caos esquizofrênico das armaduras e das ruínas e dos infelizes muros destruídos e das memórias perdidas nas bibliotecas inundadas e de todo o medo soterrado sob um holocausto primorosamente criado, assim como os outros e mais outros escudos que se revelariam se assim fosse e que fariam tremer os fundamentos do solo frágil onde todas as construções aceitas dormiam profundamente sem jamais saber o destino e a fortuna morta de todas aquelas que se perderiam no esquecimento algoz. Agora se foi, penso que era algo com pretensões de alguém.
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